Acreditando sempre que é possível viver em um mundo melhor!

Olhando sempre para frente, na certeza de contribuir para que erros do passado não se repitam!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

PAI

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Dia triste, noite escura. Chuva fina e apreensão. A vida nos prega surpresas. O dia havia sido bom. Acordei como de costume para ir ao trabalho. Chovia.
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O almoço foi em casa. A paz presente, disfarçada. Engendro de incerteza. Dizem que dentro dela a um potencial transtorno. Desconfio. O compromisso me levou a uma aula especial. A perspectiva era grande. Não sabia como seria. Voltei em tempo de me preparar para o que era, estava escrito em meus cadernos: a última batalha daquele dia. O contrato me levava à escola noturna.
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Quando em minha casa uma notícia me incomodou. Um telefone tocou e fui acionado para uma missão. A maior de todas até então. Minha irmã me chamando para que eu fosse em busca de meu pai. Não perdi tempo. Levantei-me e sai com minha, agora, companheira inseparável: Joanna.
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Ao chegar naquele lugar de paz e tranqüilidade, encontrei meu pai, aflito por socorro, ainda que nenhuma palavra me dissesse aquilo. Apenas os seus olhos me falavam. Com o mesmo amor com que fui por ele criado, o ergui da cama na qual deitara e o chamei para vir comigo para casa. Ele aceitou com os olhos e nenhuma palavra saiu de sua boca. Apenas ‘sins’, positivamente. Ele disse sim sempre, naquela noite.
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Vestiu a minha camisa e entrou no carro. Eu estava em paz. Havia recebido aquela graça de estar ao seu lado, ali, ele quase só. Caminhamos para o carro e ele entrou. Joanna o recebeu como uma filha. O saudou e seguimos para uma difícil viagem: íamos encontrar as minhas irmãs, amadas, e a minha mãe, querida.
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A conversa dominou o ambiente do carro. O que tinha acontecido interessava por causa dos cuidados médicos. Interessava mais ainda o estar perto e o poder ajudar, compartilhar. O caminho demorou um tanto. Fomos recebidos por todas e, meus sobrinhos de prontidão, cuidaram de seu segundo pai como se fosse o primeiro. Chegou em casa e correu – como se ele pudesse correr! – para sua cama, seu leito noturnal, onde ele descansava sua fadiga todos os dias. Naquela noite, precisa descansar mais, bem mais. Um lençol sob a cabeça e uma conversa solta. Invisíveis questões.
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A noite durou o suficiente para acordarmos no outro dia, o dia de hoje – 5 de agosto – e nos unimos novamente. Os olhos lacrimosos eram evidências. Havia paz. Mãe, naquele dia, foi também mãe de meu pai. Cuidou dele como de um filho e o acompanhou para todo lugar. A chegada de meu irmão mais velho foi essencial. Assumiu os passos de meu pai e deu-lhe os primeiro afagos naquela manhã.

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